KIAFUNHATA

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domingo, 27 de setembro de 2009

Salve alegria!!!



Domingo, 27 de setembro. Faz um sol intenso, sol de Bangu, calor imenso! Mesmo assim, andando pelas ruas desta minha periferia, vejo a resistência de mães e crianças que percorrem o bairro buscando os tradicionais doces de São Cosme e São Damião.
Décadas atrás, lá estávamos eu e amigos, recebendo o doce agradecimento dos fiés. Disputávamos mais cada saquinho, pois, as restrições religiosas e alimentares eram menos intensas.

Na distribuição do século XXI há um formato mais recente: devotos seguem pelas ruas com seus carros e são eles que procuram quem possa receber a doce prenda. Avisto o encontro de um grupo de mães, avós e crianças com um carro que faz farta distribuição.

O raro momento de generosidade aciona os fluídos de amor, alegria e felicidade, citados na prece umbandista que pede aos “luzeiros espíritos da corte de Oxalá, amados benfeitores, queridos guias que vossos fluidos sacrossantos, recaiam sobre nossas cabeças”.

E nesta semana em que uma cabeça foi estourada pela bala que não é doce, é muito oportuno encontrar pelas ruas os sinais vitais destas forças do bem.

Seja qual for nossa devoção, que nossos dias sejam mais doces. E que seja possível contar com a inocência e simplicidade dos santos meninos acompanhando e protegendo todas as nossas crianças.

Salve o bem! Salvemos vidas de forma mais branda, adoçando a existência de nossas crianças e das crianças grandes que somos!

3 comentários:

  1. "Cosme e Damião
    Ô cadê Doum
    Cosme e Damião
    Vem comer seu caruru"

    "Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
    Quindim, bombom, churros, bomba
    Paçoca, suspiro, cocada, jujuba
    Quindim, bombom, churros

    E vejo o tempo parar
    Parar
    O tempo pirraça"

    Lembro dessas duas músicas neste dia... Vida farta e solidária para todos nós!

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  2. Oi Si,
    Te falo de um arrepio que corre na minha espinha e que me impede de adiar este desabafo, para depois da agenda de hoje.
    Te escrevo para dar conta de como os apagamentos da nossa memória de azeviches são tão antigos e tão atuais que eu, assumida africana, não conhecia as raízes dessa tradição que deveria me dizer muito. Vergonhosamente, Oxalá foi-me apresentado apenas como uma palavra da língua portuguesa que significa "Deus queira que..."
    A bala que estoirou a cabeça desse outro aí, ontem, persiste silenciando tantas vozes que de alguma forma deveriam ter chegado até nós e não puderam.
    Que fazer?
    Escrever! Escever para não rir, escrever para não chorar. Escrever para somar à História a nossa ainda Estoria de azeviches.
    Matenha txeu.
    Managuta

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  3. Hoje ao tomar meu café na varanda lá de casa pensei: preciso produzir alguma coisa...quem sabe o tão falado blog. Continuando minha divagação pensei: certamente a Simone deve estar fazendo alguma coisa. Daí...batata: dei de cara com seu blog tinindo de novo!! Gostei muito do que li até agora!!! Parabéns!!! Um beijão!!! Babi.

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