KIAFUNHATA

imagens da vida e da arte

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe é mulher que desabrocha em vida!



Estampadas em outdoors, em cestas e buquês, flores simbolizam mães. A rosa lidera o posto de estrela da publicidade, possivelmente por sua beleza, perfume, cor e por sua propriedade de abrir-se para a vida defendendo a frágil condição com os espinhos.

Mãe é mulher que se abre para dar a vida. Depois do parto vem perfume e, também a partida para criar os espinhos que defendem o viço da cria.

Mas há também as flores que despetalam com a maternidade, não foram regadas por amor enquanto faziam seus filhos. Ainda assim, o bebê que nasce, muitas vezes, atua como botão oferecido pela existência para que, ao cuidar dele, essa mulher se abra para vida e, apesar dos espinhos do amor homem-mulher, se inspire e expire o perfume intenso do amor materno.

Desabrochei depois da filha, boa parte dos espinhos me foram removidos. Alarguei o colo para a passagem de um bebê que me veio pela barriga aberta, mas esse colo mais largo acolhe melhor os amigos, os filhos das outras mães e o homem escolhido para desfrutar dessa acolhida mais generosa.

Noites em claro, chorinhos colicais, pirraças e outras artimanhas moldaram em mim a manha para encarar muitas situações que pintam em relações humanas surgidas no cotidiano. Reflexões surgidas após cada mamada. A fralda trocada e a certeza que novas merdas sempre virão. A pretensão de acudir sempre com a mesma eficiência, de livrar do mal, enfeitar a vida e seguir na lapela do mocinho ou espetada no cabelo da moiçoila que segue por entre os espinhos do crescer.

Aleci, mãe de parto e partida; Letícia, mãe da vaidade; Derly, mãe da valentia; Cilma, mãe do humor e Josefa, mãe dos primeiros socorros. Tenho e tive muitas mães, tenho um pouco de cada uma delas. Tenho muitas filhas, embora de parto e fato seja somente uma, aprendo muito com elas. Flores para todas. E, aquelas que já receberam as derradeiras flores me fizeram reconhecer a qualidade das boas mães de tornarem-se flores tatuadas na alma da gente e que seguem ornamentando nossa resistência aos espinhos do caminho.
Viço e vida boa para todas as mães!!!